quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

COMPANHEIRA

COMPANHEIRA

A solidão, pantera e companheira,
Que ao menos acalenta em seu regaço,
Trazendo o quanto possa em mundo escasso,
Ousando na ferida costumeira,

E quando na verdade a sorte esgueira
E nisto outro cenário turvo eu traço,
Quimera ora se molda enquanto faço
Da sórdida expressão, rude bandeira.

Em átomos formada a eternidade
No corpo, mesmo em vida, putrefato,
O tanto que se traça e já se evade,

Escárnios enfrentando, enquanto esbarro,
Na luta onde deveras desacato,
Sorvendo da esperança o ledo escarro.


RITA DE CASSIA TIRADENTES REIS e marcos loures

Nenhum comentário:

Postar um comentário