POR ENTRE OS DEDOS
Por entre os dedos, escapando a vida...
E paulatinamente vejo o fim,
Traçado em que mergulho e sendo assim,
A luta desde sempre já perdida.
No quanto a cada passo dilapida
Esterco renovando este jardim,
Da vida se refaz e sem saída
À lama esta matéria apodrecida
Retorno ao mesmo chão do qual eu vim.
Porém levo comigo o mesmo nada
Em face carcomida e degradada,
No herético cenário subterrâneo,
O quanto fosse apenas momentâneo
O verso se perdendo no vazio,
Num verme sem saudade eu me recrio.
RITA DE CASSIA TIRADENTES REIS E marcos loures
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