sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

ESPELHOS

 ESPELHOS

A bela adormecida, esta alegria
Ainda não se vendo em tal espelho
E quando a cada dia me aconselho
Caminho noutro tom se perderia.

A morte na verdade, nada adia,
O olhar se perde aquém, segue vermelho
E quantas vezes tento e sei me engelho
Nesta enrugada face em fantasia.

Esvaio a cada instante um pouco mais,
Restando dentro em pouco os funerais
E os erros costumeiros de quem busca

Tentando caminhar sobre os espinhos,
Os dias são deveras mais daninhos
Na estrada que bem sei atroz e brusca.

RITA DE CÁSSIA TIRADENTES REIS E MARCOS LOURES

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